quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

balança.

descobrir que havia felicidade antes
e que há felicidade agora
é uma coisa difícil.
É admitir que tem doce salgado,
que tem sorriso chorado,
que tem palhaço triste.
Que infeliz!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

wonderwall.


Queria escolher palavras mais bonitas.
Delicadas.
Musicalizadas, assim como você.
Mas não consigo... minha mente apenas pensa.
Pensa e pensa.
E não para de pensar.
Naquilo.
Naquilo.
Naquele.
Naquele beijo.
Naqueles beijos.

Um acontecimento desacontecido que aconteceu.
Eu estava lá, e você também.
Você chateado, eu triste por te ver assim.
Eu te puxo, chamo, canto.
Cantamos.
E nos divertimos como se não existisse problema.
Mas não havia problema.
I Said maybe...
Então, somebody told me que nós dois tínhamos nos conectado.
Olhar.
Cantar.
Olhar.
Olhar.
Beijar.
Pensar.
Cantar.
E hoje é hoje e aquela música paira sobre minha mente.
Não mente.
Indiscutivelmente.
Você mexeu na minha mente.

Medo.
Minha cabeça e meu coração te envolveram mais do que eu queria.

Volta. 

14/01/2011

poesia.


Música, melodia.
Você, poesia.

14/01/2011

meu menino das flores.


Adocicadamente avermelhada é a cor enrubescida das maçãs. Não maçãs quaisquer, mas maçãs do rosto. Aquelas que delicadamente avermelham-se de vergonha, paixão e calor. No esquentar de faces, o cheiro teu mistura-se ao cheiro doce das flores. Deliciosamente amoroso. Calorosamente feliz. Sorridente, contente, frente a você. Por isso, beijo, cheiro, beijo, sorrio, beijo e cheiro. Sinto. Sinto estar feliz. No meu coletivo de flores, cores, amores... Luciano.
25/01/2011

sinestesia.


Foi você, com imensa alegria.
Que transformou minha vida
Emendando a noite no dia
E hoje, em um mês, ó quem diria
Que era você a minha calmaria.
É você quem me anestesia.
Me provoca arritmia.
Mesmo sem minha vida ser boemia.
Adoro sua dramaturgia,
Me sacia,
E esvazia.
E quando meu olhar te espia
Mesmo com toda miopia
Ele encontra um guia
Capaz de te guardar como fotografia.
Então, nesse momento que se inicia
Busco na sua melodia
Lembrar de nós dois em parceria
Juntos faremos a travessia
Saindo da fantasia
Para ter contigo essa sinestesia.

07/02/2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

eu tenho namorado.

Eu tenho namorado, uma vez que não tirei férias de mim mesma. Eu não “fechei para balanço”. Meu namorado não foi a mais difícil das conquistas, mas a mais difícil das descobertas. Meu namorado é raro, e é de verdade. Mas eu descobri pela adivinhação, pela pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa e pelo cheiro. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até a paixão foi fácil, mas perceber, não foi. Pois é, meu namorado foi muito difícil mesmo.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas o meu é, lindo. Porque ele também me protege e quando eu chego perto dele minha perna treme, eu suo frio, e quase desmaio pedindo proteção. A proteção dele não é parruda ou bandoleira: basta eu olhá-lo com compreensão ou mesmo aflita.
Eu tenho namorado, pois eu tenho amor. Eu sei o gosto de namorar. Eu posso ter tido três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mas mesmo assim eu escolhi o meu namorado. Eu tenho namorado, pois eu sei o gosto da chuva, cinema em casa, sessão das duas, medo da mãe, pão italiano em Lígia ou drible para Porto.
Eu tenho namorado, pois há amor com carinho, acaricio com vontade de virar lagartixa e amo com alegria, sorridente.
Tenho namorado, pois fiz pactos de amor com a felicidade, ainda que duradoura, escondida, fugidia e possível de curar.
Tenho namorado, pois eu dou valor a andar de mãos dadas, as minhas atrás e as dele na frente, há carinho escondido na hora do filme, da flor, rosa, arranjo ou buquet roubados do Oh Lindas Flores e entregue de repente, de poesia de Vinícius de Moraes ou Gonçalves Dias, linda bem devagar ou cantada com o violão, de gargalhada partida quando fala junto ou descobre o cabelo cacheado, da ânsia enorme de viajar junto para São Paulo, ou mesmo de carro para Porto, avião, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Eu tenho namorado, porque eu gosto de dormir junto, fazer sesta num domingo abraçado, fazer compra junto. Tenho namorado, pois eu gosto de falar do próprio amor e de ficar horas e horas olhando o mistério dele dentro dos olhos castanhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Tenho namorado, porque eu redescobri a criança amada e vou com ela a parques, fliperamas, beira-mar, show de Tio Fred, praça de Porto enluarada, ruas de sonhos ou musical dele mesmo.
Tenho namorado, pois temos música secreta, já que foi ele quem me salvou e se tornou meu protetor, foi ele a quem eu dediquei um livro “cativante”, a quem recorto outras fotos, a quem eu me chateio pelo fato dele ser paquerado ou vice-versa. Tenho namorado, pois eu amo por gostar, gosto por curtir e curto para aprofundar. Tenho namorado por gostar de ser lembrada de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia de chuva em plena Olinda cheia d’água.
Tenho namorado, porque amo e me dedico, namoro brincando, e mesmo com obrigações penso o tempo todo nele. Quando faz sexo esperando o outro ir junto.
Tenho namorado, pois não confundo solidão com ficar sozinho e em paz, já que estou sempre acompanhada dele. Tenho namorado, pois eu repito o que ele diz quando ele pergunta besteira e penso ainda numa resposta, eu rio de mim mesma e dele também e não tenho medo de ser afetiva.
Eu tenho namorado, pois eu descobri que o amor é alegre e não vivo pesando 200kg de grilos e de medos, mas sem deixar de ter uma pontinha de ciúmes. Coloquei meu shortinho mais curto, aquele jeans, e passeie com ele de mãos dadas, por aí. Enfeitei-me com begônias e ternuras e escovei minha alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração preenchido, saí de casa e descobri o jardim da casa dele.
Acordei com o gosto do beijo dele e sorri lírios para ele. Pus intenção de quermesse nos olhos dele e bebi licor de contos de fada. Andei como se o chão estivesse repleto de sons do violão dele, de claves de sol e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma menina falante a dizer frases bobas e apaixonadas.
Eu tenho namorado, porque eu enlouqueci aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido. Pois, finalmente, tudo fez sentido com ele.

Liala Leão [adaptação do texto "Quem não tem namorado" de Drummond.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

dia frio.

Em dia frio, é preciso amor.
Por isso eu preciso de você, aqui.
Em dia frio, é preciso amor.
Cobertor.
Olhar.
Calor.
Amor.
Em dia frio, preciso de você.
aqui, ali, em qualquer lugar.
Mas cadê você?
Amor, tatá tatá.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

vida desaçucarada.

Descobri que na vida a gente vive sem as coisas que mais gosta.
É duro, é complicado, mas vive.
Pensar que algo nunca passaria tanto tempo sem ser digerido, passa a impressão que sem aquilo a vida não tem mais cor, não tem mais graça.
E não é verdade.
Vive-se bem nos dias de hoje, se souber ponderar.
Eu, agora sei, que vivo sem isso.
Agora, por outro lado, descobri que não vivo sem ele.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Planejando o implanejado.

O que fazer se você ultimamente faz planos que não deveriam mais fazer parte de sua vida?
Se tem como reverter, mude-os.
Se lhe custa muitos dólares para mudar, fique com eles.
Mas, de qualquer forma, aproveite o que puder aproveitar.
Uma vez que tudo que acontece na vida é uma oportunidade esplendorosa, mas não única.
Então, o jeito é comprar as coisas, arrumar as malas e voar!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Irresponsabilidade

Nunca provei de sabores dantes navegados.
Nunca fiz coisas que pensei em fazer, em sonhos loucos e sinestésicos.
Mas a pitada de vontade bateu de repente.
Loucamente.
Me joguei.
E tudo juntou com aquela atividade de extrema demência.
'Elouquência'.
Me perdi.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

clube de máscaras.

A garantia da razão, por muitas vezes encontra-se implícita. E nem toda ‘implicitude’ resulta numa resposta clara, objetiva e satisfatória. Segundo aquele velho ditado, nem tudo o que parece é, encaixa-se perfeitamente com bons e maus momentos de nossa vida. Logo, nunca pense que lê e entende demais, muito menos que lê e entende de menos. Nem sempre as coisas que se encontram escritas é o que querem dizer, ou o que você quer que seja dito. Espelhos quebram, espatifam, caem ao chão e criam o mundo que você costuma conhecer... o mundo das ilusões.

Coloque sua máscara mais decorada, e saia pelas ruas durante a vida, mas aproveite o carnaval como justificativa de querer não ser sendo. Talvez você sairá das entrelinhas.

sábado, 15 de janeiro de 2011

espetáculo.

Abriram meus olhos.
Nada é mágica, apenas truque.

Seria truque tudo o que sentimos então?

Desconfianças de infinitas mentiras verdadeiras.
Passam-se como verdades enfeitadas de pó.

Enfeito o palco que montaram para mim.
Vivo, mesmo o cenário sendo precário e a plateia escassa.
Amo, mesmo sem ser em troca ou sem saber o quanto.
Sinto, mesmo imaginando sentir ou sentindo demais.

Sorrir quando não se tem mais a esperança de um sorriso.
Ou a espera de um perpuxar de ponta-lábios.

É porque detrás desse meu sorriso torto, mora meu sorriso sábio.
Aquele que saltita de alegria.
Aquele que adora sorrir.

Então, é neste palco no qual vou me apresentar.
E que ao final do espetáculo, não existam palmas.
Quero um sorriso, um jardim, uma nuvem, um sim.
Uma flor, um anjo, um amor.

Uma estrela.

Feche os olhos e imagine.

Liala Leão