sábado, 23 de outubro de 2010

fazer alguém feliz faz bem.

De repente, não mais que de repente, já dizia o poeta.
Entra, fala, e não se cala.
Não é a mesma pessoa, mas fala.
Abala.

Simpática, meiga, sincera.
Sofredora, viva.
Infeliz, precisa de amigos.
Estou aqui para ajudá-la.
Quer segurar minha mão, estranha?

Não tenha medo, a vida é assim,
e que Deus lhe dê em dobro tudo o que você me desejar.

O bem faz bem.
Então sorria, para reter o sorriso de alguém que não se pode ver.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

eu-lírico eu

Ouvi broncas e reclamações da vida.
Na verdade, a vida era um belo codinome para professor.
E ele me dizia: não é o poeta, é o eu-lírico.

Mas aí eu penso, paro e escrevo.
Vejo, escrevo, leio e sinto.
Quem sente sou eu!
Quem fala é o eu-lírico?

Pensemos com o silogismo aristotélico:
a poetiza escreve o que sente,
o eu-lírico mostra o que sente.
Logo, eu sou meu eu-lírico.

Fantasias à parte,
mas a vivência me leva ao surrealismo.
Palavras verdadeiras é meu mínimo de verdade,
meu sinal sincero,
minha primeira pessoa do singular,
m'eu'-lírico.
Eu.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ameixa.

Experimentei.
Experimentei de novo.

Primeira vez.
Primeira vez de novo.

Qual a sensação de se experimentar algo que não se conhece?
Hum, eu já provei o sabor de uma ameixa, a primeira que eu comi.
Tenra.
Doce.
Deliciosa.
Amável.
Ahh, perfeita a grosso modo virtual.

Qual a sensação de experimentar de novo a mesma fruta?
Estranha.
Nunca havia provado esse sabor diferente.
Semi-doce.
Casca azeda.
De um prazer pouco desenvolvido.
Embora continue dando prazer gustativo.

Com sorte, a primeira vez que eu experimentar a ameixa pela terceira vez, será inconfundível.
Porque terá o seu real sabor.
Com um toque de você.
E uma mistura selvagem de nós.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

passado e futuro não se misturam.

Aperto, aperta.
Esmaga o coração.

Que sentimento é esse que corrói a alma, mexe, revira e desalma?
Solidão.

O que fazer quando acorda, infinita sensação?
Desprende, revive e renova
eterna apegação.

Me larga, desapareça e amargue
Essa pobre insolução.

Passado não volta, amém!
Futuro não vem, ninguém!
É foda!
Essa mistura, droga, de amor com raiva, ódio e pavor.

Solta!
E mande para o inferno.

TEMPO-PASSA

Passa, tempo passa.

Ano novo, vida nova.
Ano velho, vida velha.
Ano novo, vida velha.

O que você fez para mudar sua vida de merda?
Fim do ano está aí, suas frases repetidas voltam.
Mas, se você repetir além das frases, a vida:
Desista!

Mude ou morra.
Ainda dá tempo de passar.

Espero que o fim chegue, para o início do começo.

Saudade:
Ímpar.
Para um par.
Distância:
Mar.
Para um par.
Paixão:
A mesma.
Para um par.
Desejo:
Recíproco.
Para um par.
Afeto:
Crescente.
Para um par.
A vida:
Única.
Para mim.

Apareça!